Quem tem medo do método histórico-crítico?
DOI:
https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.ReBiblica.2596-2922.2023v4n8p418Palavras-chave:
Método histórico-crítico, Gêneros literários, ExegeseResumo
Este artigo evita explicar o que é o método histórico-crítico, sua história, seus pressupostos e os vários passos metodológicos que ele comporta. Diferentemente, apresentará dois painéis. Primeiro, mais longo, traçará um esboço do processo de sua aceitação pela Igreja Católica, desde a Providentissimus Deus, de Leão XIII (1893) até o relativamente recente Inspiração e Verdade da Sagrada Escritura, da Pontifícia Comissão Bíblica (2014). Este primeiro painel mostrará que, não obstante o fato de o método histórico-crítico (no seu todo ou parcialmente) estar sempre presente nos documentos sobre a interpretação e o uso da Sagrada Escritura na Igreja Católica, ele continua a encontrar resistência para ser aceito e praticado sem medo. O segundo painel, mais breve, demonstrará que o Catecismo da Igreja Católica (1992) simplesmente não levou em conta o que os documentos da própria Igreja Católica afirma e deliberadamente se esqueceu do método histórico-crítico e, por fim, apresentará linhas possíveis para um diálogo entre a exegese do método histórico-crítico e a leitura bíblica latino-americana.