A circuncisão que conta é a do coração (Rm 2,25-29)
DOI:
https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.ReBiblica.2596-2922.2021v2n3p190Palavras-chave:
Circuncisão, Incircuncisão , Lei, Judeu, DeusResumo
O argumento exposto por Paulo, em Rm 2,25-29, insere-se no contexto imediato de 2,17-29, que apresenta os atributos do verdadeiro judeu, e no contexto mais amplo de 1,18–3,20, que desenvolve o tema do juízo divino, fora da ótica do Evangelho da justiça de Deus. A passagem tem por objetivo principal demonstrar que a circuncisão, como sinal “manifesto na carne” (v. 28), só é vantajosa para quem pratica a Lei (v. 25). O horizonte a partir do qual se avalia o proveito ou não da circuncisão é o escatológico, do encontro definitivo com Deus, que não usa de parcialidade com ninguém. O apóstolo busca essencialmente desmontar falsas seguranças, concretizadas na pertença à nação judaica e na prática da circuncisão, que se interpretam aqui a partir da oposição externo-interno. Este estudo traz uma análise exegética da perícope, com uma atenção especial à retórica textual, em vista de colher o seu significado, no contexto em que se apresenta.