Canaã, Raab e sua importância na posse da terra (Js 2-6)
DOI:
https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.ReBiblica.2596-2922.2022v3n5p7Palavras-chave:
Cartas de Tell el-Amarna, Terra de Canaã, Livro de Josué, RaabResumo
Dois são os focos deste artigo. Identificar o território de Canaã como berço dos futuros reinos de Israel, ao Norte e Judá, ao Sul, é a primeira exposição. Nessa região do levante nasceram, desenvolveram e desapareceram povos e culturas. Além do testemunho dos ricos materiais, vindo à luz nesses mais de cem anos de arqueologia – cerâmicas, joias, ossos e pedras –, há um valioso testemunho literário sobre o qual nos debruçamos, ao abordar a terra de Canaã: as cartas de El-Amarna. Surgidas durante o reinado de Amenofis IV (1353-1336), os inúmeros “tabletes” revelam uma presença atuante da política egípcia na região. Um segundo objetivo volta-se para o conjunto literário exposto no livro de Josué, capítulos 2-6. Observamos um quadro literário onde a referência à Raab – identificada, na narrativa, como prostituta – abre e fecha a narrativa sobre a ocupação de antigas cidades-estados cananeias, agora, pertencentes aos israelitas. A figura feminina e empoderada dessa mulher surge como um sinal de alerta destacando que ao seu redor firmou-se a narrativa da posse da terra.