Revista Brasileira de Interpretação Bíblica https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica <p>A<strong> Revista Brasileira de Interpretação Bíblica - <em>ReBiblica</em></strong> - nasceu de uma decisão conjunta dos professores-pesquisadores de Bíblia nos Programas de Estudos Pós-Graduados em Teologia e Ciências da Religião, afiliados à Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE).<br /><strong><br />Periodicidade semestral.</strong></p> pt-BR rebiblica@puc-rio.br (Editor-Chefe: Prof. Dr. Heitor Carlos Santos Utrini) rebiblica@puc-rio.br (Mariana do Nascimento Pernambuco) Wed, 25 Jun 2025 13:24:08 +0000 OJS 3.2.1.2 http://blogs.law.harvard.edu/tech/rss 60 Imprimatur Dei, teologia natural e revelação divina https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/160 <p>Deus se dá a conhecer através da criação (Rm 1,20), deixou no visível o seu próprio <em>imprimatur</em>. Na obra da natureza é possível apreender alguns atributos divinos: o bem, o belo, a verdade e o bom. O caos se fez cosmos pela ação criadora de Deus. Entretanto, o ordenamento dado pelo Criador à sua obra vem sendo perturbado pela ação humana. O mau uso daquilo que foi confiado ao ser humano (Gn 1,26) produz diferentes mazelas, desfigurando a natureza e ocasionando fenômenos naturais catastróficos. Aquilo que Deus criou e viu que era bom (Gn 1,1-25) tem se tornado como que um flagelo para a humanidade. A Bíblia apresenta a imagem da ira divina, em muitos casos através da imagem de fogo e de tempestade. O ser humano, arrogando para si a sabedoria para gerir sua vida e o mundo, ignora ação de Deus manifesta na criação, perturba a divina ordem da natureza e produz um mundo à sua própria imagem (Rm 1,21-23). Nesse sentido, esse artigo, através da análise exegética e do comentário teológico de Rm 1,18-23, apresenta elementos para se contemplar a manifestação de Deus em sua criação, como lugar do <em>imprimatur Dei</em>, impresso na natureza.</p> Waldecir Gonzaga, Filipe Henrique de Araújo Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Interpretação Bíblica https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/160 Thu, 26 Jun 2025 00:00:00 +0000 Paulo e a Justificação pela fé https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/157 <p>O artigo aborda o tema da justificação pela fé na teologia paulina, um tópico que, mesmo após quase 25 anos da <em>Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação</em> (1999), continua central e controverso. Partindo de críticas à interpretação tradicional, o texto explora duas reviravoltas hermenêuticas: o “nomismo da aliança”, proposto por E. P. Sanders, que rejeita o caráter legalista do judaísmo palestinense, e o “particularismo judaico”, defendido por James D.G. Dunn, que interpreta a justificação como um ato inclusivo em resposta ao exclusivismo judaico. O artigo também analisa a tensão entre a perspectiva sociológica dessas abordagens e a centralidade cristológica de Paulo, destacando que a salvação é exclusivamente mediada por Cristo. Em diálogos com Gálatas e Romanos, o estudo investiga como a justificação pela fé afirma tanto a suficiência de Cristo para os cristãos gentios quanto sua necessidade universal, incluindo os judeus. A reflexão conclui que o tema permanece relevante, desafiando a compreensão do evento Cristo e seu impacto na experiência de fé. Assim, o artigo não apenas revisita o debate exegético, mas também ilumina implicações teológicas mais amplas, reafirmando a justificação pela fé como um ponto nodal na proclamação do Evangelho e na prática cristã contemporânea.</p> Mariosan de Sousa Marques Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Interpretação Bíblica https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/157 Wed, 25 Jun 2025 00:00:00 +0000 O “culto racional” de Romanos 12,1-2 no ambiente da religio romana https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/159 <p>Na exortação ao “culto racional” de Rm 12,1-2, Paulo metaforiza o sacrifício e ressignifica o culto aos seguidores do movimento de Jesus em Roma. Trata-se de uma paráclise positiva que contrasta com o quadro descritivo negativo de Rm 1,18-32. O presente artigo busca analisar as implicações da exortação paulina em relação ao culto na <em>religio romana</em>, marcadamente ritualista e supersticiosa. Ao entender que no quadro negativo de Rm 1,18-32 Paulo tenha tido em mente a casa imperial, tais implicações devem ser relacionadas ao chamado “culto imperial”, entendido não somente como o culto ao imperador, mas sobretudo como os mecanismos de Estado que se serviam da <em>religio</em> para a manutenção do poder imperial. Na exortação que implica um novo <em>ethos</em> para os seguidores de Jesus, Paulo indica a necessidade de uma ética do discernimento a respeito da vontade de Deus: não se conformar com os elementos do éon presente, mas transformar-se pela renovação da mente, a fim de que a vida nova no Espírito seja oferta agradável a Deus, de corpos vivos e santos, que saibam discernir entre a <em>justiça e</em> <em>fidelidade</em> do Deus de Jesus e a <em>ius et fides</em> do Império.</p> Paulo Bazaglia Copyright (c) 2025 Revista Brasileira de Interpretação Bíblica https://revistarebiblica.teo.puc-rio.br/index.php/rebiblica/article/view/159 Wed, 25 Jun 2025 00:00:00 +0000