A interpretação paulina do “não assassinarás” de Ex 20,13 a partir de Rm 13,8-10
Palavras-chave:
Êxodo, Romanos, Paulo, Uso do AT no NT, Não matarásResumo
O Decálogo, apresentado no livro de Êxodo (20,1-17), com texto correlato no livro do Deuteronômio (Dt 5,6-21), constitui a base da ética religiosa judaico-cristã. Dentre estes mandamentos, “não assassinarás” (Ex 20,13) é frequentemente citado como um princípio moral fundamental. No entanto, a interpretação e a aplicação deste mandamento têm variado ao longo do tempo e entre diferentes tradições religiosas. No contexto do Novo Testamento, Paulo de Tarso, em sua Epístola aos Romanos, oferece uma reinterpretação notável desse mandamento, enfatizando a primazia do “amor ao próximo”, retomando o texto de Lv 19,18, igualmente citado em Gl 5,14 e pelo autor da Carta de Tiago (Tg 2,8). Este artigo busca explorar a exegese paulina de “não assassinarás” à luz de Rm 13,8-10 que, usando o AT a partir da versão da LXX, usa “não matarás” (Rm 13,9), investigando como essa interpretação reflete uma compreensão ética mais ampla e sua relevância para a ética cristã contemporânea. Para se atingir esta finalidade, o presente artigo prima-se pelos seguintes passos: a interpretação paulina do “não assassinarás” e sua relevância; a base veterotestamentária de Rm 13,8-10 em Ex 20,13; uma análise de Rm 13,8-10; uma apresentação de Rm 13,8-10, segundo os passos do método da Análise Retórica Bíblica Semita e possíveis implicações para a ética cristã contemporânea.