Genealogias em Gênesis
Fios que se entrelaçam na historiografia de Israel a partir de Abraão
DOI:
https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.ReBiblica.2596-2922.2021v2n4p210Palabras clave:
Abraão, Genealogia, Terra, Gênesis, HistoriografiaResumen
Nos relatos de fé do livro do Gênesis as genealogias têm um papel fundamental. Elas são como fios entrelaçados para nos apresentar uma historiografia patriarcal linear. Genealogias, descendências familiares, giram em torno de Abraão para unir Israel como povo, numa única fé e identidade. O primeiro relato de Gênesis, Gn 1,1—2,4a, termina afirmando que se trata da genealogia do céu e da terra. A partir do capítulo doze, Deus promete a Abraão uma grande descendência que se multiplicaria, na terra prometida, com as Suas bênçãos. O desenrolar da trama é envolvente e historiográfico. Abraão e terra são pontos de partida de uma longa caminhada de fé, escrita e interpretada muitos séculos depois dos fatos. Qual o objetivo de tantas genealogias no livro do Gênesis? Qual é o papel de Abraão na formação das genealogias? Por que ele sobressai ao patriarca Jacó que, naturalmente, seria a personagem principal, visto que é ele que dá nome ao povo? Essas e outras questões é o que propõe responder esse artigo. O caminho a ser percorrido é o da compreensão do livro do Gênesis a partir de seu conteúdo, seguido das genealogias em seus vários aspectos: na formação de povos, na criação, na inclusão de descendentes no ramo abraâmico e, por fim, ao redor de uma sepultura. Os principais autores que embasam a construção teórica são: Jean-Louis Ska, Albert de Pury e Milton Schwantes.