Raab, a meretriz:
desdobramentos e releituras do texto de Js 2,1-21; 6,22-25
DOI:
https://doi.org/10.46859/PUCRio.Acad.ReBiblica.2596-2922.2022v3n5p49Palabras clave:
Uso do AT no NT, Midraš, Targum, Exegese judaicaResumen
A história da prostituta Raab é contada no Antigo Testamento em Js 2,1-21; 6,22-25. Depois de acolher os espiões hebreus e escondê-los em sua casa, ela os envia em segurança de volta ao acampamento de Israel recebendo deles a promessa de que ela e sua família escapariam da matança quando Jericó fosse invadida. Essa narrativa serviu de inspiração para que autores do Novo Testamento, bem como mestres judeus, destacassem suas virtudes, apresentando-a como modelo, não obstante sua condição de prostituta. Inúmeros testemunhos antigos chamam a atenção sobretudo porque, enquanto as mulheres em geral, e de modo especial as meretrizes eram vistas como gente abjeta e lhes era negado qualquer tipo de direitos civis e religiosos, desde a Escritura Raab foi retratada como uma das principais protagonistas da tomada de Jericó e suas virtudes celebradas através dos tempos. O presente artigo dividir-se-á em três momentos: depois de um breve comentário ao texto de Josué, a segunda etapa consiste na exposição e análise das passagens neotestamentárias nas quais Raab comparece. Por fim, a partir da tradição judaica – Flávio Josefo, Talmud e diversos midrašim – será evidenciado como os judeus apresentaram a personagem em questão que ainda hoje pode inspirar comportamentos de acordo com sua fé no Deus verdadeiro.